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terça-feira, 28 de agosto de 2012

Cada palavra deve ser conduzida com cuidado. Há um amor pela forma de expressão, um que se apega ao papel, à caneta... Um que admira os rabiscos em folhas amareladas. Mesmos as palavras soltas, desconexas, jogadas sem ordem em uma folha lhe parecem caras. De que resulta esse apego que lhe mantém presa a cadernos de histórias que lidas hoje não contam coisa alguma? Busca as referências pelo tempo, pela memória, pelas pessoas que conheceu... O que fica de cada uma dessas experiências são as vozes silenciosas presas no papel. Elas lhe trazem os sorrisos de volta. Elas lhe trazem um sono tranquilo. Mesmo quando constantemente a impedem de dormir. Certas vezes as vozes não lhe importam. O silêncio, ou o som baixo da caneta correndo pelo papel é o que é capaz de tranquilizar o seu dia. 

domingo, 26 de agosto de 2012

Às vezes não preciso de nada além de me ouvir. Às vezes o dia melhora com isso. É quando eu me sinto menos sozinha. Quando os dias passam na velocidade certa. Quando não desejo nada além de estar aqui. Ouvindo. Sendo a pessoa que sempre desejei ser. Quando aqueles sonhos de quando... já nem lembro quando... Quando eles fazem sentido. Quando você sorri sozinha e se sente feliz.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Mal diz. Mal preenche o espaço que lhe deixo disponível. Talvez a minha resistência devesse se amplificar. Talvez deva exagerar nos meus limites. Talvez deva inteirar o mundo com as minhas confusões. As que se multiplicam com o passar lento dos segundos de espera. Em um curto intervalo de tempo se questiona, muda de direção, apanha os antigos sentidos que via nas relações desenvolvidas e joga num canto do quarto. Deixa lá. Guarda sem nenhum cuidado. Sufoca as palavras até onde perde controle. Prende às mãos a uma distância frágil do teclado.  Não adiantam os tantos conselhos. Não adiantam os tantos cuidados. Uma parte sua prefere jogar-se em fogo cruzado. Prefere investir no salto, sem perspectivas, sem direções certas. Esse sempre foi o lado que via como o melhor da vida. As incertezas que lhe impulsionam, são sempre tão mais atraentes do que o planejamento de uma história que nem existe.