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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Tenho consciência de que nem todas as histórias deveriam ser compartilhadas. Os casos em família ficam pra conversas entre amigos, pra desabafos regados por vezes a algumas bebidas temperadas com um liquido meio salgado que escorre do rosto. Dessas histórias ninguém gosta de ouvir falar. Uma boa conversa costuma ser aquela que consegue ser acompanhada de alguns sorrisos tortos, algumas gargalhadas exageradas, uma teia de causos que uma família do interior pode contar. Nada deveria ficar do rotineiro, dos altos tons de voz, do excesso de solidão a que se submete, da frase mal compreendida, nada deveria ficar além da percepção de que nenhuma família é grande ou pequena, boa ou má o suficiente. Não se trata disso. Nossos casos são os mesmos. Não seria certo comparar histórias. Não seria certo supor, pelo meu lado, maiores dificuldades, maiores perdas.  Qualquer que seja a dificuldade ela consegue ser transformadora. Seja pra lhe fazer aprender, torna-la uma pessoa mais forte, independente, dura. A delicadeza não consegue vencer em todos os dias. Natural. A vida é recheada de altos e baixos, de idas e vindas. Que vá embora então, mas que um dia volte. Talvez nenhuma escolha e nenhuma palavra seja realmente definitiva. Mas fica uma cicatriz, uma especificamente, que lhe volta à memória, que lhe faz desejar tantas coisas outra vez. Juntando o medo na bagagem, carregando cada uma das lembranças que ficaram presas nessas paredes, tudo o que eu quero, no fundo, é poder ir. 

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Preciso...


Do que mais eu preciso? Afugentar esses medos enraizados. Admitir a necessidade de começar outra coisa, ainda que não saiba exatamente o que. Preciso romper laços para dar início a outros.  Preciso admitir a minha confusão para poder desejar que qualquer pessoa seja capaz de me aceitar. Preciso de um descanso, um desses que deixa tudo tão quieto que o som da respiração parece grito. Preciso mais ainda do silêncio. Mas aquele silêncio, aquele em que alguém lhe socorre e segura sua mão. Preciso da palavra equilíbrio estampada no meu rosto. Preciso das utopias que deixei adormecer. Preciso voltar a acreditar em tanta coisa. A primeira delas é acreditar em quem eu encontro do outro lado do espelho.

Preciso que o tempo se alterne, que ele seja lento, que ele seja rápido.  Preciso que ele acompanhe a minha pulsação. Preciso escolher ou posso seguir todos os caminhos? 

domingo, 1 de julho de 2012

Não preciso tentar resgatar tudo. Algumas coisas merecem, mais do que isso, precisam de um ponto final.