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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Tem o que não se esquece. O tempo que passa mais rápido do que a gente sente. Já passaram cinco anos. Seriam 107 ontem. Nem consigo imaginar o quanto de vida se guarda em uma memória dessas. Chegou longe, ultrapassou o século com a memória mais forte que a minha. Algumas imagens grudam na tela da lembrança, como se pra cada história tivesse uma fotografia pra contar. O rosto comum e forte que passou da infância, da adolescência, antes e depois de tanta coisa. O sorriso de vô que guarda uma sabedoria que às vezes essa juventude estranha não reconhece. Está presente em tanto. Em bem mais do que eu deixo perceber.

Ele fica aqui, ainda perto. Por que alguns sentimentos não são perdidos mesmo quando as pessoas, de certa forma, vão. Ainda assim, faltou dizer tanta coisa que eu fico torcendo sempre, pra que de algum lugar ele possa assistir a vida que fica. Foi o apoio em silêncio, o amor óbvio e lindo. O significado da palavra “família”. O que era, o que é. O que fica depois dele. É um aglomerado de histórias felizes que supera qualquer discussão rasa.


Na maioria dos dias, e é o que importa, abraçando e alterando um dos maiores clichês “a grama do vizinho não é mais verde, nem mais bonita que a minha”. 


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

...

Senta perto outra vez. Ouve o tom de despedida antes de qualquer palavra. Tem estranheza nesse tocar de mãos e o olhar oscila certezas e dúvidas. 

Andei calma por semanas, sorrindo aleatoriamente por detalhes que antes não percebia. As metáforas foram ganhando forma, e em cada letra e nota eu vi um estranho significado por trás.

Deixa o mundo me contar essa história que é melhor.

Ela começa, pausa, acaba, recomeça, acaba... Vive desse circulo vicioso. Dessa lógica contínua que conta os fins antes de desenvolver o conto e deixa fugir os recomeços, abolindo o encanto do imprevisto.

O encontro. O reencontro. A reinvenção. O encantamento. O recomeço. Precisam todos estar mais perto. Precisam me impregnar. Alimentar essa que vivia cheia de confiança, tragando a vida forte, sem medo. Apaixonando-se sem calma, sem cuidados.

Faça as escolhas.


O tempo é tudo que a gente não pode trazer de volta. 


terça-feira, 8 de outubro de 2013

Que a história dure enquanto eu não sufoco...

Tenho sido feliz naturalmente. 
O clichê da simplicidade finalmente me atingiu. 
Abraçou e se apegou, com força, aos momentos felizes. 
Aqueles em que não acreditava, aqueles que não permitia.
E da felicidade surge um vácuo, como se não fosse capaz de se identificar com essa sensação. 
O mundo suportou outro tipo de pessoa. 
Essa, de agora, eu nunca conheci. 
Suguei e antecipei  situações inconclusas. 
Pulei etapas. 
Sempre me deixaram fugir. 
Sempre foi fácil pôr pontos finais. 
A despedida sempre foi unilateral. 
Só um era capaz de sofrer por histórias mal começadas.
Muito já não existe. 
E a situação atípica me dá medo e faz feliz de um jeito tão óbvio, tão natural que é difícil tornar crível.
Já bati recordes, já ultrapassei fronteiras. 
O inacreditável é que o sorriso ainda está aqui.


Que a história dure enquanto eu não sufoco.