O abraço de despedida é o mais forte possível. Nele, nesse
que aparece sem se anunciar, você coloca as esperanças, as angústias, coloca o
sorriso e o choro por ter que deixar ir. E, antes do outro, despede-se do
sentimento que abrandou e cultivou por certo tempo.
Certo tempo. Certo tempo.
Tempo que se tornou insuficiente, que não foi capaz de sufocar as distâncias. Dos
sentimentos que teve, o aprendizado não ficou. Ele ressuscitou as antigas
histórias, fez sentir saudade e apegar-se a fotografias de um tempo em que o
sorriso era mais leve, era imprudente...
Porque a felicidade, sim, a gente tem o
dever de espalhar. E que o vento faça-a alcançar outros.
Deixa ir, dessa vez,
com um sorriso mais leve. Antes a pausa, antes o ponto, do que a interrogação
que as reticências significam. Não manda mais beijos aleatórios. Vai sem
cuidado trilhando o caminho do imprevisto. Imprecisões, surpresas, frases camufladas,
sentimentos distorcidos.
O feriado lhe guarda e o carnaval anunciado vai ser em
silêncio. No silêncio bem-vindo. Regado às minhas próprias escolhas, ao que me
surpreende e me acorda todas as manhãs. Se eu achei, por minutos, que o sorriso
não viria. Ele veio. E veio mais forte que antes, porque dessa vez ele parte de
mim.
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