A tranquilidade não é fácil de ser assistida. Os pés e as
mãos ficam inquietos, o sorriso e o olhar ficam passeando pelos lugares. Aqueles
que lhe afligem a memória, aqueles que contam de si mais do que a voz.
Perdeu-se entre os cuidados alheios. Procurou a simpatia escorregadia dos
sentimentos alheios. Deixou-se naquele confuso mundo de outras pessoas. Existia
para essas outras impressões. Essas... Essas com as quais não pode contar.
Porque o tempo não foi suficiente para que se fizesse entender. E talvez nunca
seja. Escorrega em direção à própria vida. De uma á outra respiração, corre
prendendo, segurando o fôlego, alimentando esperanças frágeis que se dispersam
na primeira busca sem resposta. Olhou pra tela. Olhou pras telas. Aquelas que
ficam tentando usurpar a sua vida. Aquele mundo paralelo que lhe preenche em
horário comercial, que lhe preenche pela madrugada adentro. Que lhe suga em
tempo integral. E sem resposta a respiração pausa. Ela deita com o olhar
diferente. Com o sorriso parado. Aquele que não reage mais. Aquele que se
acostumou. Buscando um utópico estado de paz absoluto. Buscando isolar-se das
multidões que vivem em sua cabeça.
Buscando o silêncio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário