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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Sem despedidas


Uma ligação antecipa, é verdade. Ela dá o tom de emergência pro que merece ter calma. Nem todas as palavras precisam ser verbalizadas, elas podem repousar em um papel guardado, em uma tela. Podem nortear a sua vida pra só depois ocupar-se de outra. 

Há dificuldade em colocar-se no lugar certo. Há dificuldade em acalmar o ânimo e ir vivendo na leveza que proclama por aí. Soluçou por lembranças ouvindo músicas melancólicas. A lembrança tem o tom da melancolia, o tom da saudade. Palavra que guarda, nela só, tantos conflitos. Você sorri e chora junto com ela. Você acalma, apaixona e decide esquecer. E volta. E segue. Faz a volta e retoma o ciclo, esse natural, esse em que as coisas simplesmente passam. 

Escreve pra tentar acreditar. Escreve pra tentar convencer. Mas não se prende ao surto momentâneo e brusco, mas não tem medo de voltar atrás e cometer cada uma das precipitações anteriores. Não tem medo de voltar aos sentidos, de voltar aos conflitos, de voltar às noites em claro guiadas por fotos e músicas que induzem a lembrança. 

Vai correndo em direção aos erros, anseia por cometê-los. Repete os ciclos. Retoma as pessoas. Só não consegue despedir-se. 

Imersa nas mesmas palavras. Naquelas que tem a intenção de abrandar sentimentos. As que vacilam. Sobem o muro e ficam por lá. Seus sentidos em espera. Descansa a tela, a voz, o corpo, o que for possível pra arriscar menos. Passou um tempo beirando o mar, beirando a confusão da vida cheia de conflitos. Enche as frases de entrelinhas. Deixa o subjetivo induzir. É o máximo de exposição possível. 
É o jeito de deixar as coisas ficarem. 

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